A Apple está trabalhando em óculos inteligentes sem recursos de realidade aumentada (RA). Espera-se que este produto concorra com o Meta Ray-Ban, que custa US$ 299. No início deste ano, foi relatado que a Apple estava retomando o trabalho em óculos de RA, mas seu lançamento não é esperado antes de 2027.
Aqui está o que sabemos
O jornalista da Bloomberg Mark Gurman observou em seu boletim informativo Power On que a Apple poderia criar óculos inteligentes sem tecnologias de RA. Ele sugere que a Apple pode seguir a abordagem da Meta, que já tem óculos bem-sucedidos com uma câmera (para fotos, vídeos e transmissão ao vivo), alto-falantes integrados, chatbot de IA, reprodução de música e a capacidade de receber chamadas, mas sem RA.
A ausência da tecnologia AR permitirá que a Apple reduza os custos de produção, o que pode levar a um custo menor e a um tempo de comercialização mais rápido. Óculos sem AR provavelmente serão menos volumosos e terão melhor duração de bateria.
Recentemente, o CEO da Qualcomm confirmado que a Samsung também está trabalhando em óculos inteligentes XR. O produto da Samsung será alimentado pelo software do Google.
Fonte: Bloomberg
Além disso, a Apple pode estar a explorar novas funcionalidades que não dependem da RA, focando-se em aprimorar a interação do utilizador através de uma interface intuitiva, que facilitaria a gestão de notificações, chamadas e até mesmo o acesso a assistentes virtuais. A integração com outros dispositivos Apple, como iPhones e iPads, pode também ser uma prioridade, permitindo uma experiência conectada e fluída para os utilizadores da marca.
Gurman também sugere que a Apple pode incluir funcionalidades de saúde nos seus óculos, como monitorização de dados biométricos, aproveitando a experiência adquirida com o Apple Watch. Assim, os óculos poderiam oferecer um novo ângulo na análise do estado físico e bem-estar do utilizador, transformando-se não apenas em um dispositivo de comunicação, mas também numa ferramenta de saúde e monitorização de atividades.
A recepção do mercado a este tipo de produto poderá ser um fator crucial para o sucesso da nova linha de óculos da Apple. A marca é conhecida pela sua base de fãs dedicada e pelo seu forte marketing, que pode potencialmente transformar qualquer produto em um sucessor comercial, mesmo que inicialmente não abarque todas as funcionalidades que os consumidores possam esperar de dispositivos de tecnologia avançada.
A competição no setor de dispositivos vestíveis está a aumentar, com diversas empresas a explorar óculos inteligentes. Além da Meta e Samsung, outras marcas como Google e Amazon também estão a investigar novas oportunidades no espaço dos óculos tecnológicos. Assim, a Apple terá de se diferenciar não apenas pelo design e funcionalidades, mas também pelo branding e pela experiência de utilização que oferece.
O avanço das tecnologias de IA poderá, por sua vez, influenciar o desenvolvimento dos óculos da Apple. A implementação de assistentes virtuais mais inteligentes que possam realizar tarefas proativas, como agendar compromissos, lembrar eventos importantes ou até mesmo fornecer informações contextuais em tempo real, poderá incrementar substancialmente a usabilidade do dispositivo.
Com um horizonte de lançamento que se projeta para depois de 2027 para os modelos de RA, os novos óculos sem RA podem ser vistos como um passo inicial na estratégia da Apple para penetrar neste mercado em crescimento, permitindo-lhes testar e refinar as suas tecnologias e funcionalidades antes de dar o grande salto para a realidade aumentada.