O Ministério das Finanças impôs sanções contra indivíduos, organizações e embarcações do Irã e da Rússia que ajudam a armar a Federação Russa com drones e mísseis balísticos iranianos.
Aqui está o que sabemos
Os Estados Unidos impuseram sanções ao Irã porque ele transferiu mísseis balísticos para a Rússia. No final de 2023, o país assinou um contrato com a Rússia para fornecer centenas de mísseis. No verão de 2024, militares russos foram treinados no uso de mísseis iranianos Fateh-360 e, no início de setembro de 2024, a Rússia recebeu o primeiro lote desses mísseis do Irã.
Restrições foram impostas à Iran Air, uma companhia aérea que fornece serviços de transporte e passageiros, bem como a quatro navios que entregaram drones e mísseis iranianos à Rússia.
As sanções também tiveram como alvo oficiais do Corpo da Guarda Revolucionária Islâmica e do Ministério da Defesa iraniano. A lista inclui 16 pessoas no total.
Vale a pena notar que o Reino Unido se juntou aos Estados Unidos na imposição de restrições à Baharestan Kish Company, uma fabricante de drones, cinco navios de armas russos e às Forças Aeroespaciais Russas. Além disso, a Grã-Bretanha, junto com a França e a Alemanha, anunciou que cancelaria voos com o Irã.
Fonte: Departamento do Tesouro
A crescente parceria militar entre o Irã e a Rússia tem levantado preocupações não apenas nos Estados Unidos e no Reino Unido, mas também entre outros aliados ocidentais. A transferência de tecnologia de mísseis pode alterar significativamente o equilíbrio de poder na região, especialmente em um contexto em que a Rússia procura reforçar suas capacidades militares em resposta a sanções e pressões internacionais devido ao conflito na Ucrânia.
A cooperação entre os dois países não se limita apenas à troca de mísseis. De acordo com analistas, há indícios de que o Irã esteja também a ajudar a Rússia no desenvolvimento de drones e outras tecnologias militares, o que poderia levar a uma maior autonomia no campo de batalha para as forças russas. As sanções impostas têm como objetivo desmantelar essas redes de apoio e restringir a capacidade dos dois países de colaborarem em novas iniciativas bélicas.
Além das sanções, a presidente da Comissão Europeia já manifestou a intenção de implementar medidas adicionais contra o Irã, sublinhando que a situação não será ignorada pela União Europeia. O acompanhamento das transações financeiras e comerciais entre os dois países está a ser intensificado, com a possibilidade de se adotarem novas regras que limitem o comércio de armamento e componentes militares.
Militares de vários países estão igualmente a monitorizar de perto os movimentos das forças iranianas e russas, dada a possibilidade de que as táticas de combate usadas na Ucrânia possam ser adaptadas e testadas em outros contextos, seja no Médio Oriente ou em outros locais onde os interesses de ambos os países se sobreponham.
Por outro lado, a discussão sobre as sanções também provocou um debate interno na política dos EUA. Existem opiniões divergentes sobre a eficácia destas sanções e a necessidade de diplomacia em vez de ações punitivas que poderiam exacerbar tensões já existentes. Alguns especialistas acreditam que uma abordagem mais diplomática poderia levar a um desengajamento nas hostilidades, enquanto outros defendem que a pressão contínua é a única forma eficaz de parar a colaboração militar entre Teerão e Moscovo.
A situação no terreno continua a evoluir, com novos desenvolvimentos a ocorrerem regularmente. A resposta internacional a estas sanções e a sua eficácia em dissuadir a cooperação militar entre o Irã e a Rússia será uma questão a ser observada nos próximos meses, à medida que as tensões geopolíticas se intensificam.