Engenheiros na Coreia do Sul desenvolveram uma nova câmera de visão noturna capaz de enxergar através de camuflagem usando tecnologia inspirada nos olhos dos gatos.
Aqui está o que sabemos
Uma equipe liderada pelo Professor Young Min Song do Instituto de Ciência e Tecnologia de Gwangju criou uma câmera que pode capturar imagens no escuro e distinguir objetos camuflados. A câmera utiliza duas características principais dos olhos dos gatos: pupilas verticais e uma estrutura reflexiva atrás da retina conhecida como tapetum lucidum. Esses elementos permitem que os gatos enxerguem em condições de pouca luz e distingam objetos no fundo.
Os pesquisadores recriaram essas estruturas usando uma abertura vertical e um fotodetector de silício com refletores de prata. Em testes, a câmera distinguiu com sucesso objetos camuflados, como uma estatueta de rato, apesar do fundo complexo. No entanto, apesar dos sucessos, a câmera tem limitações, como um campo de visão reduzido. Os engenheiros propuseram uma solução: usar sistemas que imitam não apenas a visão dos gatos, mas também seus movimentos de cabeça e ombros, para replicar melhor as capacidades dos olhos do gato.
Fonte: Avanços da Ciência
A nova câmera de visão noturna tem o potencial de revolucionar várias áreas, desde a vigilância até operações militares, pois pode oferecer uma vantagem significativa em ambientes com pouca luminosidade. Um dos principais desafios enfrentados pela engenharia óptica tem sido a criação de dispositivos que imitam a capacidade de visualização noturna dos animais. Os gatos, por serem predadores noturnos, têm uma biologia adaptada que lhes permite enxergar em escuridão quase total, um traço que os cientistas têm tentado replicar.
A adaptação da tecnologia baseada nos olhos de gatos não se limita apenas a fins militares ou de segurança. Esta inovação pode também beneficiar a área da medicina, especialmente em procedimentos cirúrgicos que ocorrem em condições de pouca luz. Uma câmera com capacidade de enxergar através da camuflagem poderá auxiliar médicos em cirurgias realizadas em ambientes menos iluminados, melhorando a precisão e a segurança dos procedimentos.
Além disso, a nova tecnologia pode ser aplicada em pesquisas ambientais e biológicas. Por exemplo, biólogos que estudam animais noturnos poderão usar a câmera para observar o comportamento desses animais sem perturbar o seu habitat natural. A capacidade de distinguir detalhes em ambientes complexos abre novas possibilidades para o estudo da fauna e da flora, contribuindo para a conservação de espécies ameaçadas.
Os engenheiros envolvidos no projeto também estão a explorar o uso de inteligência artificial para aprimorar a capacidade da câmera. Isso envolveria o uso de algoritmos que poderiam analisar e reconhecer padrões em imagens, ajudando a identificar objetos camuflados ainda com mais eficácia. Com mais pesquisa e desenvolvimento, há a possibilidade de que estas câmaras se tornem mais acessíveis e possam ser integradas em dispositivos portáteis para uso pessoal e profissional.
A colaboração inter-disciplinar entre biólogos, engenheiros e especialistas em inteligência artificial é fundamental para o avanço desta tecnologia. Iniciativas como estas demonstram como a natureza continua a inspirar soluções inovadoras que podem ser aplicadas em várias indústrias, promovendo um entendimento mais profundo da interação entre tecnologia e biologia.