O ex-presidente dos EUA, Donald Trump, disse que, se vencer as eleições de 2024, pretende responsabilizar o Google por um sistema supostamente ilegal que mostra apenas notícias negativas sobre ele e notícias positivas sobre sua rival, a vice-presidente Kamala Harris.
Aqui está o que sabemos
Trump afirma que o Google está manipulando os resultados da pesquisa para desacreditá-lo e apoiar Harris. Ele prometeu que seu governo pressionará por justiça e transparência nos gigantes da tecnologia, acusando o Google de preconceito e violação dos princípios da liberdade de expressão. Trump também disse que tais ações do Google prejudicam os processos democráticos e influenciam a opinião pública. Em resposta a estas acusações, o Google ainda não fez quaisquer comentários oficiais.
Fonte: NY Times
Além disso, Trump destacou que a influência das plataformas digitais sobre a informação disponível ao público é uma questão cada vez mais premente na sociedade atual. Ele pretende não só investigar o Google, mas também outras empresas de tecnologia que considera terem um papel semelhante na manipulação de informações. Esta postura vem de encontro a uma crítica mais ampla que vem crescendo em vários setores da sociedade, que argumentam que a concentração de poder nas mãos de algumas poucas empresas tecnológicas pode levar a distorções na informação e à criação de bolhas de filtragem que excluem vozes divergentes.
O ex-presidente também mencionou que, caso uma investigação seja iniciada, a sua administração buscará estabelecer regras claras que garantam maior fiscalização sobre como os motores de busca e redes sociais operam, especialmente no que toca ao tratamento de conteúdos relacionados a figuras públicas e candidatos nas eleições. Esta abordagem parece alinhar-se à sua estratégia histórica de se posicionar como defensor da liberdade de expressão, um tema que incendeia frequentemente os seus apoiantes.
Recentemente, têm surgido vários debates em torno do tema da neutralidade nas plataformas digitais. Críticos de longa data de Trump argumentam que suas afirmações sobre o Google não são novas e que já foram objeto de discussão em várias ocasiões, tanto por ele quanto por outros políticos. No entanto, muitos apoiantes de Trump acreditam que há uma verdade nas suas alegações de que as empresas tecnológicas exercem um controle excessivo sobre o discurso público e que ações devem ser tomadas para proteger a liberdade de expressão.
Por outro lado, analistas sugerem que as promessas de Trump podem ser vistas como uma estratégia para galvanizar o seu eleitorado e afastar possíveis críticas que emergem do foco nas suas políticas e ações durante a sua presidência anterior. A atenção sobre o Google e a alegação de censura podem, assim, funcionar como uma forma de desviar a atenção de outras questões políticas que possam ser desfavoráveis para a sua candidatura.
Enquanto isso, as reações nas redes sociais foram variadas, com alguns utilizadores a expressarem apoio à ideia de que as big techs precisam de mais regulamentação, enquanto outros defendem que as alegações de Trump são infundadas e que o Google simplesmente opera de acordo com algoritmos que são projetados para melhorar a experiência do utilizador e a relevância dos resultados de busca.
É importante observar que a discussão sobre a influência das plataformas digitais, especialmente em tempos eleitorais, não é uma novidade e reflete preocupações mais abrangentes sobre o impacto da tecnologia na democracia e na formação da opinião pública. As alegações de Trump sobre o Google podem abrir espaço para um debate mais amplo sobre como os cidadãos consomem informação e como esta informação é filtrada e apresentada.