A Ucrânia aprendeu a atacar profundamente na Rússia, já que as defesas aéreas russas estão sobrecarregadas.
Aqui está o que sabemos
George Barros, especialista do Instituto de Estudos de Guerra dos EUA, disse que muitos drones ucranianos conseguiram penetrar no ponto em que as defesas aéreas russas poderiam detê-los.
“Vimos muitas vezes como os ucranianos penetraram nas defesas aéreas russas. As defesas aéreas russas deveriam ter sido capazes de destruí-los muito facilmente”, disse ele.
As defesas aéreas da Rússia foram uma ferramenta formidável na guerra com a Ucrânia. Elas abateram aeronaves e mísseis ucranianos, negando amplamente o acesso da Ucrânia ao espaço aéreo russo.
As defesas da Ucrânia também se mostraram eficazes em dissuadir a força aérea muito maior da Rússia — algo que especialistas em guerra aérea elogiam como uma conquista extraordinária, dada a desvantagem da Ucrânia no ar.
Isso criou uma situação de “equilíbrio” no ar, na qual ambos os lados estão amplamente limitados a usar suas próprias aeronaves em seu próprio território. Claro, isso não leva em conta as bombas aéreas guiadas que os russos estão continuamente lançando sobre os defensores ucranianos.
No entanto, Barros disse que as defesas da Rússia estavam “esticadas” e que isso deu à Ucrânia novas oportunidades. Segundo ele, a Rússia “negligenciou a defesa de territórios” que não estão próximos da Ucrânia. Além disso, muitos sistemas de defesa aérea russos foram danificados e destruídos pelos ucranianos. O especialista também explicou que a Rússia “desdobrou seus ativos de defesa aérea para proteger áreas sob ameaça aérea”. Por exemplo, a Ucrânia conseguiu recentemente chegar à região remota do Tartaristão, que fica a 1300 km da fronteira ao longo da linha de contato.
“Este incidente foi muito revelador. Os russos provavelmente posicionaram seus ativos de defesa aérea de tal forma que eles têm boa cobertura no teatro imediato ao redor da Ucrânia. Mas eles não têm defesa aérea fora dela”, disse Barros.
Fonte: Insider de negócios
Esta evolução nas capacidades ofensivas da Ucrânia não só reflete a adaptação rápida das suas forças armadas, mas também uma mudança na dinâmica do conflito. Com as defesas russas sob pressão, os ucranianos têm explorado vulnerabilidades, tornando-se mais audaciosos em suas operações. Barros acrescentou que a capacidade dos ucranianos de realizar ataques a longa distância também é facilitada por novas tecnologias e sistemas de armamentos que têm sido fornecidos por aliados ocidentais.
Essas tecnologias incluem drones de combate, que permitem que as forças ucranianas realizem missões de reconhecimento e ataque com uma precisão que era impensável no início do conflito. Além disso, a adoção de mísseis de cruzeiro com maior alcance tem ampliado significativamente o leque de opções estratégicas disponíveis para a Ucrânia. Isso sugere uma mudança no paradigma da guerra moderna, onde a informação e a tecnologia são aliados cruciais.
Por outro lado, a resposta russa à degradação de suas defesas aéreas também tem se mostrado um ponto de discussão entre os peritos. A Rússia pode estar considerando o aumento de suas capacidades de ataque, potencialmente reestruturando seu enfoque em áreas que anteriormente eram vistas como seguras. Essa reavaliação pode levar à movimentação de tropas e recursos para adaptação a novas realidades de combate.
Além disso, os ataques ucranianos ao interior da Rússia provocam pressões políticas e sociais, que podem impactar a moral e o apoio da população russa à guerra. À medida que as operações na Ucrânia se alastram para o território russo, questiona-se sobre o impacto que isso terá na percepção pública e na reação do governo russo. O Kremlin está sob constante pressão para demonstrar força e eficácia, o que pode resultar em respostas escalonadas e imprevisíveis.
O cenário atual revela um campo de batalha em evolução, onde tanto a Ucrânia quanto a Rússia enfrentam o desafio de se adaptar a novas realidades operacionais. A dinâmica de guerra moderna, caracterizada pela rápida troca de tecnologia e táticas, sugere que os próximos meses serão decisivos para ambas as nações enquanto tentam maximizar suas vantagens e mitigar as fraquezas. Além disso, o suporte contínuo dos aliados da Ucrânia será um fator determinante na capacidade do país de sustentar e expandir seus recém-descobertos avanços. Enquanto isso, a Rússia terá que reavaliar suas estratégias para tentar recuperar a supremacia no campo.