Austrália anuncia acordo de US$ 570 milhões para produção nacional de mísseis.
Aqui está o que sabemos
O Ministro da Indústria de Defesa, Pat Conroy, anunciou um acordo para desenvolver mísseis marítimos e aéreos Joint Strike Missiles (JSM) em uma fábrica ao norte de Sydney.
Ainda este ano, a fábrica iniciará a produção de mísseis de cruzeiro antinavio e JSMs que podem ser instalados nas aeronaves F-35A mais avançadas.
“Trata-se de investir em nossa indústria avançada e de alta tecnologia e desenvolver nossa base industrial de defesa soberana”, disse Conroy.
Um oficial de defesa disse à AFP que a fábrica começará a produção em 2027 e será capaz de produzir 100 mísseis por ano.
Preocupações com os enormes gastos de defesa da China e a invasão da Ucrânia pela Rússia levaram muitos aliados dos EUA a expressarem preocupação com a falta de capacidade de produção de munições. A Austrália é um dos vários países na região da Ásia-Pacífico que estão aumentando drasticamente os gastos com defesa.
Fonte: O Posto de Defesa
A decisão da Austrália de investir na produção doméstica de mísseis surge num contexto de crescente instabilidade geopolítica na região da Ásia-Pacífico. Com a China a intensificar as suas atividades militares e a Rússia a demonstrar capacidade ofensiva na Ucrânia, as nações da região estão a reconsiderar as suas estratégias de defesa. A criação desta fábrica em Sydney representa não só um empenho na autonomia militar, mas também uma resposta direta a essas ameaças.»
Além do impacto militar, o projeto de produção de mísseis poderá ter repercussões económicas significativas. Espera-se que a fábrica não só gere empregos locais, mas também estimule a inovação tecnológica no setor militar australiano. O desenvolvimento de tecnologia de ponta em sistemas de mísseis poderá atrair investimentos adicionais de empresas e institutos de pesquisa, potencialmente colocando a Austrália como um líder na produção de armamento avançado na região.»
O Joint Strike Missile, que será produzido, é um sistema de alta precisão, projetado para atingir alvos a longas distâncias. Este tipo de tecnologia não é apenas uma adição às capacidades defensivas da Austrália, mas também um componente estratégico na cooperação com aliados, como os Estados Unidos e outras nações da NATO. Os JSMs são compatíveis com os F-35A, que representam uma parte essencial da componente aérea das forças armadas australianas, aumentando assim a interoperabilidade com as forças aliadas.»
Existem também preocupações éticas e políticas em torno da militarização crescente na região. A Austrália deverá equilibrar a necessidade de defesa com os compromissos internacionais em matéria de paz e segurança. A pressão para manter uma posição assertiva contra as ameaças externas pode resultar em tensões diplomáticas, especialmente com países vizinhos que possam interpretar este gesto como um sinal de militarização.»
À medida que a produção de mísseis se prepara para iniciar, o governo australiano face ao crescente apelo por transparência e diálogo acerca das suas intenções militares. Especialistas em defesa e líderes da sociedade civil têm chamado a atenção para a necessidade de um debate mais amplo sobre as implicações de tais investimentos no compromisso da Austrália com a paz e a estabilidade regionais. O fortalecimento das capacidades defensivas deve vir acompanhado de um compromisso sólido com a diplomacia e a resolução pacífica de conflitos, evitando a escalada das tensões na região.