A Meta anunciou a proibição da RT e de outras mídias estatais russas em todas as suas plataformas, incluindo Facebook, Instagram, Threads e WhatsApp. A empresa explicou essa decisão por “interferência estrangeira” na eleição presidencial dos EUA.
Aqui está o que sabemos
Em uma declaração, a Meta disse que está expandindo suas medidas contra veículos de mídia russos devido às suas ações que tentam influenciar o espaço da informação. O anúncio vem depois que o Departamento de Justiça dos EUA indiciou dois indivíduos por tentar gastar quase US$ 10 milhões para criar conteúdo online enganoso para dividir a sociedade americana.
Sanções também foram impostas a 10 indivíduos e organizações e 32 domínios da Internet foram apreendidos. O procurador-geral Merrick Garland chamou a campanha de “mensagens secretas do governo russo”.
Antes da proibição, o RT tinha mais de 7,3 milhões de seguidores no Facebook, 1 milhão no Instagram e 139.000 no Threads.
O Meta também relatou que veículos de mídia russos estavam tentando evitar serem identificados como interferência estrangeira. O anúncio veio depois que o governo Biden acusou a RT de espalhar propaganda e desinformação justificando a invasão da Ucrânia pela Rússia.
Anteriormente, em 2022, a Meta já havia restringido o acesso da mídia russa ao Facebook na Ucrânia a pedido do governo. Em resposta, a Rússia bloqueou o Facebook no país e abriu um processo criminal contra a empresa. O tribunal declarou o Facebook e o Instagram “extremistas” e proibiu a Meta de fazer negócios na Rússia.
Fonte: Reuters
Continuando o tema da proibição de veículos de mídia russos pela Meta, é importante destacar o contexto mais amplo da luta contra a desinformação nas redes sociais. Nos últimos anos, a influência das plataformas digitais na disseminação de informação tem sido objeto de intenso escrutínio, especialmente em tempos de crises políticas e sociais.
A decisão da Meta reflete uma tendência crescente entre empresas de tecnologia e governos de adotar medidas mais rigorosas contra conteúdo considerado prejudicial ou enganoso. A proliferação de notícias falsas, especialmente durante eventos sensíveis como eleições, levantou preocupações sobre a integridade dos processos democráticos em todo o mundo.
Além disso, a reação da Rússia às sanções e bloqueios impostos pela Meta destaca a escalada das tensões entre o Ocidente e o Kremlin. O governo russo tem utilizado a narrativa de “censura” para mobilizar apoio interno, alegando que as ações da Meta são uma forma de controle da informação por parte de países ocidentais. Essa dinâmica gera um ciclo vicioso de medidas retalias e respostas que podem limitar o acesso à informação para cidadãos de ambos os lados.
A Meta, por sua vez, tem enfatizado a responsabilidade que sente na curadoria do conteúdo apresentado aos usuários. A empresa implementou múltiplas políticas de monitoramento e verificação de fatos, além de parcerias com organizações de fact-checking, na tentativa de mitigar a desinformação na plataforma. Contudo, a eficácia dessas medidas ainda é alvo de debate, já que muitos usuários continuam a encontrar formas de contornar as restrições impostas.
A questão da liberdade de expressão também emerge como um ponto crítico neste debate. Enquanto muitos aplaudem as ações da Meta como uma proteção necessária contra a manipulação externa, outros argumentam que essas medidas podem levar a um silenciamento injustificado de vozes e a uma forma de censura que prejudica a diversidade de opiniões.
Além desta situação, a meta de criação de um ambiente digital seguro e confiável enfrenta desafios diversos, como a necessidade de equilibrar a proteção contra a desinformação e a preservação dos direitos fundamentais dos cidadãos à liberdade de expressão. A complexidade da questão requer um contínuo diálogo entre as plataformas sociais, governos e sociedade civil, de forma a encontrar soluções que respeitem tanto a liberdade de informação quanto a segurança das democracias.