Durante a campanha publicitária do RPG Starfield, o chefe da Bethesda, Todd Howard, fez uma declaração em voz alta que alertou muitos jogadores. Ele disse que serão oferecidos aos jogadores “mil planetas únicos e emocionantes” para visitar.
Aqui está o que sabemos
No lançamento descobriu-se que a maioria dos planetas existem apenas para sentir a enorme escala do jogo e não estão envolvidos de forma alguma nas missões: são vazios, monótonos e desinteressantes. Em grande parte por causa disso, o jogo recebeu críticas mistas e ainda é fortemente criticado.
Para crédito de Todd Howard, ele não provou a validade de sua ideia e admitiu que os mil planetas em Starfield foram um erro.
No canal do YouTube da Academia Britânica de Artes Cinematográficas e Televisivas BAFTA, o chefe da Bethesda e diretor criativo da Starfield disse que a criação de tantos mundos exigiu muito tempo e recursos, o que, como ele agora percebe, poderia ter sido usado de forma mais eficiente.
Todd Howard observou que mesmo na época do desenvolvimento nem todos na equipe tinham certeza da viabilidade de gerar mil planetas e, como o tempo mostrou, esse ponto de vista estava correto.
No dia 30 de setembro será lançado o complemento de história Shattered Space, que mostra que a Bethesda tirou conclusões do erro e seus eventos se desenrolarão em um planeta – Vaʼruunʼkai.
Isso nos permite esperar que os jogadores possam esperar uma história emocionante e única, com excelente elaboração de cada detalhe e sem gigantomania desnecessária.
Fonte: Canal BAFTA no YouTube
A discussão em torno de Starfield e os mil planetas gerados levantou um ponto importante sobre a direção criativa e as prioridades da Bethesda. Embora a intenção inicial de oferecer uma vasta gama de ambientes exploráveis fosse intrigante, o resultado final deixou muitos jogadores insatisfeitos, pois a promessa de “mil planetas únicos” revelou-se, na prática, mais desilusão do que satisfação.
Além da crítica à expansividade vazia, muitos jogadores e críticos começaram a questionar a abordagem da Bethesda à narrativa e ao design de jogos. O que muitos esperavam ser um desenvolvimento revolucionário em termos de exploração e imersão se transformou numa exploração sem sentido de mundos que pouco ou nada acrescentavam à experiência do jogador.
Todd Howard, em suas declarações, parece refletir sobre a pressão que a indústria de jogos frequentemente coloca sobre os desenvolvedores: a necessidade de superar as expectativas dos fãs e fornecer conteúdos que façam jus ao hype gerado. Este dilema é um tema recorrente no mundo dos videojogos, onde a quantidade pode muitas vezes ser priorizada em relação à qualidade.
Com o lançamento do complemento Shattered Space, existem expectativas renovadas sobre como a Bethesda irá abordar a narrativa e a construção de mundos. Um planeta densamente elaborado em vez de uma vasta coleção de mundos vazios pode sinalizar uma mudança na filosofia da empresa. Isso leva a pensar se as futuras atualizações e expansões para Starfield se concentrarão mais em experiências significativas do que em números impressionantes.
Este tipo de feedback da comunidade de jogadores também deverá ser uma lição valiosa para outros estúdios e desenvolvedores no futuro. A receção negativa a Starfield pode ser uma chamada de atenção para a indústria de jogos, enfatizando a importância de se equilibrar ambição e praticidade no desenvolvimento de jogos. O foco deverá estar em proporcionar experiências memoráveis e bem estruturadas, que realmente ressoem com os jogadores, em vez de se perder em projetos excessivamente ambiciosos que podem não corresponder à realidade das capacidades de design e recursos.
À medida que a Bethesda avança nesta nova fase de desenvolvimento, será interessante observar como essas lições aprendidas moldarão não apenas Starfield, mas também futuros títulos da empresa. A pressão contínua para inovar e expandir o universo dos videojogos deve ser acompanhada por uma reflexão crítica sobre o que realmente proporciona valor à experiência do jogador.